Transformação Digital é um termo muito repetido atualmente e muitas vezes mal usado, mas, como a pandemia mostrou, não só é muito atual como se tornou um elemento crítico para que empresas e organizações de todos os tipos evoluam e modifiquem seus modelos de negócios de acordo com as necessidades não apenas de seus clientes, mas também de seus colaboradores.
E, embora se suponha que a taxa de sucesso na execução de estratégias de transformação digital (ETD) tenha aumentado durante a pandemia, apenas 16% das empresas relataram ter alcançado os resultados esperados, de acordo com um estudo da Harvard Business Review realizado antes da pandemia global.
Então, por que há tanto fracasso na execução dessas estratégias? Os investimentos e esforços são enormes e, mesmo assim, as taxas de fracasso são muito altas.
Existem muitas maneiras de implementar uma jornada de transformação digital e muitas razões para o sucesso dela, mas, em minha experiência de mais de 17 anos apoiando empresas em suas jornadas de transformação digital, atrevo-me a dizer que existem 2 razões principais pelas quais elas falham.
1. Não incluir colaboradores no processo
Uma ETD é necessariamente uma mudança na cultura. Sem uma mudança na cultura, é impossível ter sucesso em qualquer estratégia de transformação digital. As pessoas não só precisam se sentir parte do processo, mas também é ideal que tenham o sentimento de “ownership”.
Isso já era crítico antes da pandemia, mas agora, quando vemos que os colaboradores querem escolher quando e onde trabalhar, o sucesso na mudança de cultura não define só o sucesso das estratégias de transformação digital, mas também define a sobrevivência das organizações. O futuro do trabalho é definitivamente um cenário híbrido, onde a presença no escritório deve priorizar a criação de vínculos entre colaboradores, a inovação e a casualidade, e não necessariamente a produtividade. E as empresas devem garantir que tenham as ferramentas tecnológicas necessárias para apoiar seus colaboradores.
2. Não executar Top-Down
Embora as ETDs sejam aprovadas nos níveis mais altos (Gerência Geral e/ou Diretoria), muitas vezes elas não são executadas no sentido top-down, ou seja, geralmente não há apoio direto da gestão da empresa para o restante dos colaboradores. Também não há comunicação eficaz ou acompanhamento próximo. Geralmente, a execução é deixada para um grupo restrito de pessoas encarregadas de mudar o rumo da empresa. É como se a empresa fosse o Titanic e o grupo de pessoas encarregadas fosse o leme do Titanic – tão pequeno que não foi capaz de virar o navio e impedir que colidisse com um iceberg.
Resumindo, para maximizar a probabilidade de sucesso na execução de uma estratégia de transformação digital, é preciso envolver as pessoas e fazê-las participar do processo, e ter o apoio dos líderes da empresa não apenas na decisão inicial, mas em todo o processo para que eles apoiem a execução e solucionem os gargalos que surgirem.
Sabemos que é mais fácil escrever do que executar, por isso também é importante contar com parceiros que tenham experiência e conhecimento na execução de estratégias de transformação digital e cultural.
By Pablo Iturbe, CEO Tigabytes